Confira como foi o Coolab Camp 2019

O COOLAB CAMP foi um evento que aconteceu em Novembro de 2019, em Monteiro Lobato, São Paulo. Esse evento foi organizado como parte do projeto Community Network Learning Grants da APC. O formato é resultado da experiência que tivemos ao longo do ano com as mais diferentes as redes comunitárias. Escolhemos a comunidade do Bairro do Souza para abrigar esta experiência, já que é aqui onde muitas das experiências da COOLAB têm ganhado vida, através da Associação Portal Sem Porteiras.

Temos nos questionado sobre as relações humanas e seu papel fundamental para o desenvolvimento de uma rede comunitária. Por essa razão, escolhemos um evento pés descalços, um imersivo, um camp, onde dormimos e acordamos juntos ao longo de alguns dias compartilhando e aprendendo sobre a tecnologia dos hardwares , dos softwares e dos cuidados. Nosso encontro teve o formato de desconferência, lógica descentralizada que buscamos aplicar também nos protocolos de comunicação.

Parte 1

O primeiro dia começou com festa, mas a vontade de aprender era tanta que espontaneamente aconteceu uma oficina relâmpago de discotecagem com software livre, só para entrar no clima.

No sábado de manhã, sentados no chão, usamos cartolinas para indicar atividades que gostaríamos de oferecer e que gostaríamos de ver ofertadas, apresentando um formato aberto de atividades. Depois desse primeiro momento, relacionamos atividades semelhantes, conectamos as ofertas às demandas e encaixamos, com algum custo, todas elas em um cronograma.

Após o delicioso almoço preparado por uma chefe da comunidade, a Chimbica, hora de botar em prática nossas atividades. A primeira delas foi uma palestra com Thiago Novaes sobre o uso do Espectro, panorama atual e relevância diante do tema de redes comunitárias.

Logo após tivemos algumas atividades em paralelo: uma roda de conversa sobre metodologias e outra sobre aplicativos descentralizados. O dia seguiu com uma atividade de troca de experiências na configuração de links de longa distância.

Na roda de métodos, conversamos e compartilhamos um pouco das perspectivas de experiências e demandas quando Karla, integrante do Redes A.C., contou sobre a metodologia, onde eles fazem um estudo e dão um enfoque na comunicação que não se limita a redes de internet: é a própria comunidade que vai ao longo de um processo escolher qual será a infraestrutura usada.

A noite alguns homens fizeram um encontro na fogueira, enquanto as mulheres faziam um círculo de mulheres. Esse encontro surge como anseio de encontrar um espaço onde as mulheres se sintam seguras para se colocar. E o encontro de homens surge para explorar questões do porque o encontro de mulheres ainda é necessário. Por fim pudemos ter uma conversa juntos para compartilhar o que sentíamos.

Parte 2

No dia seguinte, permeados pela atmosfera do diálogo, vivenciamos um dia mais fluído e espontâneo.

Começamos com a instalação do libremesh, desde o começo , onde “cozinhamos” e instalamos o firmware; essa atividade surgiu de uma demanda sincera durante o círculo de mulheres, onde certas etapas nos são sempre passadas como se fossem simples de serem performadas, o que na verdade nos afasta da tarefa por um sentimento de inaptidão – se é tão fácil e eu não consigo fazer deve ser porque não sou capaz de executar esse tipo de tarefa. Para passar por esse treinamento, usamos a metodologia Coding Dojo, que trata de dividir a tarefa em micro passos que serão realizados pelo piloto e co-piloto, postos rotativos por qual todo os participantes passarão.

Depois tivemos um conversa sobre tecnocultura e direitos digitais, que desembocou em uma conversa sobre a rádio e suas possibilidades. A Bruna Zanolli contou um pouco pra gente sobre a sua experiência nesse veículo de comunicação e suas peculiaridades.

Por fim, nos juntamos no gramado para uma finalização, como fechar este encontro. Muitos de fato não conseguiram partir e continuaram uma semana a mais na comunidade, o que é benéfico para a comunidade: seguimos aprendendo novas técnicas para nos comunicar.

Estavam presentes no encontro:

COOLAB

Nupef

Artigo 19

Altermundi

Redes AC

Rede Moinho

Colnodo

Casa dos Meninos

Comunidade Kalunga

Portal sem Porteiras

Conecta

E outros interessados em desenvolver redes comunitárias.

Confira também, como foi o pós CoolabCamp